E CARACTERÍSTICAS DAS MULHERES QUE AMAM DEMAIS


Quando estar apaixonada significa sofrer, estamos amando demais.

Quando a maioria de nossas conversas com amigas íntimas são acerca dele, de seus problemas, suas idéias, seus sentimentos, e quando quase todas as nossas frases começam com "ele...", estamos amando demais.

Quando desculpamos seu mau-humor, seu mau caráter, sua indiferença ou sua falta de gentileza, como sendo problemas devidos a uma infância infeliz, e tratamos de nos converter em sua psicoterapeuta, estamos amando demais.

Quando lemos um livro de auto-ajuda e sublinhamos todas as passagens que o ajudariam, estamos amando demais.

Quando não gostamos de muitas de suas condutas, valores e características básicas, mas as suportamos com a idéia de que, se fôssemos suficientemente atraentes e carinhosas, ele iria querer mudar por nós, estamos amando demais.

Quando nossa relação prejudica nosso bem-estar emocional e, inclusive, nossa saúde e integridade física, sem dúvida estamos amando demais.

FRAGMENTOS

Neste livro, da mesma forma que em tantos livros de "auto-ajuda", há uma lista de passos a seguir a fim de mudar. Se você decide que realmente deseja seguir esses passos, necessitará - como em toda a mudança terapêutica - anos de trabalho e nada menos que sua dedicação total. Não há atalhos para sair do padrão de amar demais. É nele que você está se apoiando.
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Amar demais não significa amar muitos homens, nem apaixonar-se com muita freqüência, nem sentir um amor genuíno excessivamente profundo por outro ser. Na verdade, significa ter uma obsessão por um homem e chamar essa obsessão de "amor", permitindo que ela controle nossas emoções e grande parte de nossa conduta. Muitas vezes compreendemos que ela exerce uma influência negativa sobre nossa saúde e nosso bem-estar, mas nos sentimos incapazes de livrar-nos dela. Significa medir nosso amor pela profundidade de nosso tormento.

Características das “mulheres que amam demais”

1- Tipicamente provêm de um lar disfuncional onde ou o pai, ou a mãe ou ambos não satisfizeram suas necessidades emocionais.

2- Tendo sentido essa carência de afeto, procura compensar indiretamente essa necessidade insatisfeita proporcionando afeto, especialmente a homens que parecem, de alguma forma, necessitados.

3- Tendo em vista que nunca pôde converter seu pai em um ser atento e carinhoso, como tanto ansiava, reage profundamente diante da classe de homens emocionalmente inacessíveis, a quem volta a tentar mudar, por meio de seu amor.

4- Como sente pavor de ser abandonada, faz qualquer coisa para evitar que uma relação se dissolva.

5- Quase nada é muito problemático, ou é muito demorado, ou muito custoso se está “ajudando” o homem com quem está envolvida.

6- Acostumada à falta de amor nas relações pessoais, está disposta a esperar, conservar esperanças e esforçar-se mais para gratificar-se.

7- Está disposta a aceitar muito mais do que cinqüenta por cento da responsabilidade, da culpa e das censuras em qualquer relação.

8- Seu amor próprio é criticamente baixo, e no fundo não acredita merecer a felicidade. Em troca, acredita que deve lutar pelo direito de desfrutar a vida.

9- Necessita com desespero controlar seus homens e suas relações, devido a pouca segurança que experimentou na infância. Dissimula seus esforços de controlar as pessoas e as situações sob a aparência de “ser útil”.

10- Em uma relação, está muito mais em contato com seu sonho, como ele poderia ser, do que com a realidade da situação.

11- É adicta a homens e à dor emocional.

12- É provável que esteja predisposta emocionalmente e, com freqüência, bioquimicamente, para tornar-se adicta às drogas, ao álcool e/ou a certas comidas, em particular aos doces.

13- Ao ver-se atraída para pessoas que têm problemas por resolver, ou envolvida em situações caóticas, incertas e emocionalmente dolorosas, evita concentrar-se na responsabilidade para consigo mesma.

14- É provável que tenha uma tendência aos episódios depressivos, os quais procura prevenir por meio da excitação que lhe proporciona uma relação instável.

15- Não é atraída pelos homens que são amáveis, estáveis, confiáveis e que se interessam por ela. Estes homens “agradáveis” lhe parecem aborrecidos.

16- Antes de sua recuperação, uma mulher que ama demais, geralmente:

a) Pergunta "Quanto ele me ama (ou necessita)?" e não "Quanto eu o amo?"

b) A maioria de suas relações sexuais com ele são motivadas por "Como posso fazer para que ele me ame (ou necessite) mais?"

c) Seu impulso de entregar-se sexualmente a outros a quem perceba como necessitados, pode resultar em uma conduta que ela mesma considera promíscua; mas seu objetivo é, principalmente, a gratificação da outra pessoa, e não dela mesma.

d) O sexo é uma das ferramentas que usa para manipular ou modificar o seu par.

e) Seguidamente as lutas de poder de manipulação mútua lhe parecem muito excitantes. Comporta-se de forma sedutora para conseguir o que quer, e se sente muito bem quando dá resultado e muito mal quando isto não acontece. O fato de, geralmente, não obter o que quer a leva a esforçar-se mais.

f) Confunde angústia, medo e dor com amor e excitação sexual. À sensação de ter um nó no estômago chama de "amor".

g) Excita-se a partir da excitação dele. Não sabe sentir-se bem por si mesma; de fato, sente-se ameaçada por seus próprios sentimentos.

h) A menos que tenha o desafio de uma relação não gratificante, torna-se inquieta. Não a atraem sexualmente os homens com quem não luta, a quem chama "aborrecidos".

i) Seguidamente une-se a um homem de menor experiência sexual, para poder sentir-se no controle.

j) Deseja a intimidade física, mas por temer ver-se envolvida por outro e/ou levada por sua própria necessidade de afeto, só se sente cômoda com a distância emocional criada e mantida pela tensão da relação. Torna-se temerosa quando um homem está disposto a acompanhá-la emocional e sexualmente. Foge dele ou se afasta.

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São necessários interesses comuns, valores e objetivos comuns e capacidade para uma intimidade profunda e duradoura, se desejarmos que o encantamento erótico inicial de um casal se transforme em uma relação afetuosa e comprometida, que suporte o passar do tempo.
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O preço que pagamos pela paixão é o medo. E a mesma dor e o mesmo medo que alimentam o amor apaixonado também podem destruí-lo.
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Por outro lado, nossa cultura outorga um aspecto romântico ao sofrimento por amor e ao fato de ser adicto a uma relação (canções populares, ópera, literatura clássica, telenovelas...)
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O padrão de desenvolver relações nas quais seu papel é compreender, animar e melhorar o casal é uma fórmula muito utilizada pelas mulheres que amam demais e que, geralmente, produz resultado exatamente contrário ao esperado.
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"A princípio eu estava tão vazia que sentia como se o vento me atravessasse. Mas com cada decisão que tomava por mim mesma, esse vazio começava a encher-se um pouco mais. Precisava averiguar quem era eu, do que eu gostava ou não, o que queria para mim e para minha vida. Não podia descobrir essas coisas a menos que tivesse tempo só para mim, sem ninguém em quem pensar e por quem me preocupar, porque quando havia outra pessoa perto eu preferia dirigir a sua vida em lugar de viver a minha".
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Para a mulher que ama demais, a prática da negação é expressa de forma magnânima com o "deixar passar os defeitos dele" ou "manter uma atitude positiva". Dessa maneira, oculta o fato de que, justamente esses defeitos, permitem-na exercer o papel desejado. Quando o impulso de controlar se disfarça sob a atitude de "ser útil" e "oferecer apoio", novamente o que é ignorada é a própria necessidade de superioridade e poder, implícita nesse tipo de relação.

É necessário que reconheçamos que a prática da negação e do controle, seja qual for a forma como a chamemos, não conduz à melhoria de nossa vida nem de nossas relações. O mecanismo da negação nos leva a relações que permitem a representação compulsiva de nossas velhas lutas, e a necessidade de controlar nos mantém ali, tentando mudar a outra pessoa, em lugar de mudarmos a nós mesmas.
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A verdadeira aceitação de um indivíduo tal como é, sem tentar mudá-lo através do alento, da manipulação ou da coação, é uma forma muito elevada de amor e, para a maioria de nós, é muito difícil de praticar. Na base de todos os nossos esforços para mudar alguém há um motivo fundamentalmente egoísta, uma crença de que, através dessa mudança, seremos felizes. Não há nada de mal em desejar ser feliz. Mas colocar a fonte dessa felicidade fora de nós mesmos, nas mãos de outra pessoa, significa que deixamos de lado nossa capacidade e nossa responsabilidade de modificar nossa própria vida para o bem.
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Para que a esposa de um viciado em trabalho esteja livre para viver uma vida plena, faça o que fizer seu esposo, deve chegar a acreditar que o problema dele não é seu, e que não está em seu poder, nem é seu dever, nem seu direito mudá-lo. Deve aprender a respeitar o direito que ele tem de ser quem é, ainda quando ela deseje que seja diferente.

Ao fazê-lo, ela ficará livre: livre de ressentimento pela inacessibilidade dele, livre de culpa por não ser capaz de mudá-lo, livre da carga de tentar, incansavelmente, mudar o que não pode.
Com menos ressentimento e culpa é provável que ela comece a sentir mais afeto por ele, pelas qualidades que verdadeiramente aprecia.

Quando ela deixar de tentar mudá-lo e focalizar sua energia para o desenvolvimento de seus próprios interesses, experimentará certo grau de felicidade e satisfação, sem importar o que ele faça. Daí em diante, talvez ela descubra que seus objetivos são suficientemente gratificantes e que pode desfrutar uma vida plena e satisfatória só, sem muita companhia de seu esposo. Assim, à medida que consiga tornar-se cada vez menos dependente dele para sua felicidade, ela pode decidir que seu compromisso com um homem ausente não tem sentido e pode prosseguir sua vida sem o constrangimento de um matrimônio insatisfatório. Nenhum destes dois caminhos é possível, enquanto ela tiver necessidade de que ele mude para que ela seja feliz. Até aceitá-lo tal como é, estará congelada, em animação suspensa, esperando que ele mude para poder começar a viver sua vida.

Quando uma mulher que ama demais se dá por vencida em sua cruzada de mudar o homem de sua vida, então ele fica só para refletir nas conseqüências de seu próprio comportamento. Como ela já não está frustrada nem infeliz, mas cada vez mais entusiasmada com a vida, se intensifica o contraste com a existência dele. Ele pode escolher lutar para livrar-se de sua obsessão (...) ou talvez não.

As mulheres que amam demais e apresentam algumas das condutas anteriormente expostas, só poderão recuperar-se quando descobrirem a capacidade de amar a si mesmas em primeiro lugar.

Tradução para o português: Eleonôra

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Fico imensamente feliz com tua visita!
Paz, Amor e Alegria no teu coração!!!
Eleonôra